quarta-feira, 21 de setembro de 2016

NOVO ENDEREÇO DA T.U.E.G

Salve Irmãos de Fé!

É com imensa alegria que nós anunciamos a mudança do templo para um novo endereço, onde poderemos recebe-los com um pouco mais de espaço e conforto.

Fiquem atentos ao Calendário!

Saravá!


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Umbanda e Candomblé: temos semelhanças, mas não somos iguais!




Por: Rodrigo Queiroz


Para entendermos as diferenças e semelhanças dessas duas vertentes religiosas, vamos fazer um breve comentário sobre o contexto histórico do Candomblé.
Na África, antes e durante o processo de escravidão, existia (hoje em pequenas proporções) o Culto aos Orixás. No continente ele se desenvolvia como um culto familiar e tinha relação com as regiões. Era como se cada lugar pertencesse a um Orixá.
Essa tradição foi trazida para o Brasil pelos africanos e aqui tomou pra si outro formato que culminou no que nós conhecemos hoje como Candomblé. É por esse motivo que o Candomblé se classifica como uma religião afro-brasileira, nasce em solo brasileiro mas possui matriz africana.

A Ekedi, professora e doutora Patrícia Globo explica que o Candomblé é fruto de uma condição histórica específica, conhecida como escravidão e se consolidou no Brasil, assim como a Santéria em Cuba e o Voodoo no Haiti.
Nesta explicação simplificada de como a religião se estabeleceu no País, já começamos a entender sobre suas diferenciações, tais como sua base de fundamentação. Veja abaixo algumas DIFERENÇAS entre Candomblé e Umbanda:

– Candomblé é um culto afro-brasileiro. Umbanda é uma religião genuinamente brasileira (agrega influências dos cultos africanos, porém incorpora outras crenças também).

– Mesmo sendo duas religiões que mantém o culto aos Orixás, cada uma trata de uma forma diferente esse culto.

– Umbanda reconhece nas entidades de trabalho, ou seja, espíritos de pessoas que desencarnaram, mas que voltam à Terra por meio da incorporação do médium, a prática da caridade.

– No Candomblé o atendimento das pessoas – normalmente – é feito através da consulta nos búzios; já na Umbanda, o passe (benção por imposição de mãos) e a conversa com os médiuns incorporados na Gira é a maneira mais comum de se relacionar com a espiritualidade.

– Na Umbanda existe uma dinâmica por meio da conexão com os espíritos humanos desencarnados – que como dito anteriormente quando incorporados aplicam os passes – em que eles trabalham também em prol da quebra de demandas, desobsessão, corte de magia negativa dentre outros feitos. Já no Candomblé (mais ortodoxo) espírito humano (Egun) não pode se manifestar e a atividade acontece no Ori (cabeça da pessoa).

– O transe espiritual com seu Orixá pessoal é um tipo de manifestação que acontece de dentro para fora e, sendo assim, de uma maneira geral os candomblecistas não praticam a incorporação, ou seja, a mediunidade não é um precedente.
Cada uma dessas religiões possui suas fundamentações, ritos e estrutura religiosa específica. Poderíamos citar muitas outras diferenças, mas seria conversa pra mais de mês…

Ver também: Estudo, Pesquisa e Vida Religiosa. Saiba mais sobre a Prof e Ekedi Patricia Globo
As semelhanças mais evidentes (lembrando que tudo depende da vertente em que se segue) entre essas duas confissões de fé está no culto aos Orixás e o uso de atabaques na liturgia. Entretanto, mesmo existindo essas duas particularidades, a Umbanda vai interagir de uma forma diferente do culto no Candomblé.

Enfim, como dito tanto Umbanda quanto o Candomblé são religiões que agregam muito da cultura e da pluralidade do povo brasileiro em seus fundamentos, posto isso, ressaltamos que vale a pena conhecer e se aprofundar mais sobre essas manifestações que contam parte da nossa história.



segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Gestos ritualísticos na Umbanda



Em todos os movimentos filo-religiosos, sem distinção, a utilização de gestos ou posições ritualísticas é uma prática. Dos mais simples aos mais complexos, eles fazem parte dos ritos, que sejam de caráter litúrgico até os de simples pedidos pessoais.

Apesar de muitos não compreenderem exatamente o que significa o termo dogma, a de se considerar que a Umbanda, através do Movimento Umbandista, é dogmática em vários aspectos, visando, sob a sua ótica, o máximo aproveitamento dos esforços realizados em seus ritos, quer sejam de ordem individual, quer sejam de ordem coletiva.

Compreende-se que para cada ação em específico, há um gesto ritualístico em específico, visto que na movimentação, irradiação ou absorção de energias, os gestos proporcionam o direcionamento e os pontos de recepção das energias sutis, de acordo com cada propósito, visando a sua eficiência e eficácia.

As posições, que a princípio podem parecer desnecessárias, na realidade proporcionam  os seus aspectos físicos e astrais quer sejam o de disciplina em si, bem como predispõe o psiquismo a uma sintonia com as vibrações afins ao propósito daquele momento.
Vibração cruzada
Gesto de vibração cruzada
Esta posição, "defensiva", é utilizada considerando dois aspectos: a proteção do indivíduo e a ma
nutenção das energias. Por um lado, o indivíduo mantém as palmas de suas mãos protegidas e bloqueadas, evitando que haja a saída e entrada de fluxos através das delas, bem como, neste gesto, protege o plexo solear, que é o intermediário entre os plexos alinhados com os alinhados com os pensamentos e sentimentos e os plexos alinhados com os instintos e sensações. Este gesto pode e deve ser utilizado nos momentos antecedentes aos ritos, bem como no próprio dia-a-dia, pois estamos, sempre, abertos à recepção e irradiação de energias, mesmo que involuntariamente, além de proporcionar uma postura de concentração.
Litúrgico
Gesto litúrgico
Humildade, pedido e motivação. Neste gesto, através de sua simbologia, traduz-se através da posição de joelhos a "submissão" aos Seres Astrais superiores; através das mãos espalmadas para o alto, o pedido para a atuação destas forças; e, na composição, a predisposição para o início de uma ação. Através deste gesto ritualístico, cria-se a disposição para a realização de esforços. Este gesto ou posição, normalmente é utilizado nos momentos precedentes aos trabalhos de caridade ou de desenvolvimento.
Prece
Gesto para prece
Em pé ou de joelhos (ambos no chão), utiliza-se este gesto ritualístico para a realização de preces, principalmente individuais, visando a louvação, agradecimento e pedidos. O fato das mãos estarem juntas trazem o equilíbrio entre o "dar e receber".
Pedido
Gesto para pedidos
Por si só se explica.
Vibração direta
Gesto para vibração direta
Esta posição é para a irradiação de energias. Normalmente, individualmente ou em grupo, o indivíduo exerce uma canalização de energias através da ponta de seus dedos (que têm as suas correspondências com os plexos). Nesta posição, as energias de polaridade positiva, provenientes através sua "Coroa" e as energias de polaridade negativa, provenientes através de seus pés, misturam-se através de seu corpo astral, projetando-se sobre a pessoa que está sendo beneficiada nesta irradiação. Este gesto ritualístico utiliza-se  com o direcionamento para apenas uma pessoa.
Vibração indireta
Gesto para vibração indireta
Esta posição é para a irradiação de energias. Considerando que recebemos através da mão esquerda e damos através da mão direita, aplica-se este gesto ritualístico para a irradiação de energias para um grupo de pessoas. Assim, está sendo "captada" a energia do "alto" e irradiando para aqueles que a necessitam. Nas giras de caridade, recomenda-se que o grupo de pessoas assistidas fiquem no centro de um círculo formado pelos integrantes da corrente para a irradiação conjunta.
Relativo a Yorimá/Pais Velhos
Gesto para vibração com Yorimá(Preto Velho)

Nesta posição, proporciona a precipitação dos fluxos sutis sobre o Chacra Básico, fundamental para o equilíbrio energético. O círculo formado com os polegares e dedos indicadores deverão estar direcionados para este Chacra, a partir do ponto de emissão da  irradiação. Não havendo um ponto específico de ordem litúrgica (Congá, por exemplo), o indivíduo deverá estar de frente para o cardeal norte ou leste, recebendo os fluxos de Yorimá.
Relativo a Yori/Crianças
Gesto para vibração com Yori(Criança)

Nesta posição, proporciona a precipitação dos fluxos sutis sobre o Chacra Cardíaco, fundamental para o equilíbrio energético e harmonia dos sentimentos. O triângulo formado com os polegares e dedos indicadores deverão estar direcionados para este Chacra, a partir do ponto de emissão da  irradiação. Não havendo um ponto específico de ordem litúrgica (Congá, por exemplo), o indivíduo deverá estar de frente para o cardeal nordeste, norte ou leste, recebendo os fluxos de Yori.
Relativo a Caboclos
Gesto para vibração com Caboclos
Nesta posição, proporciona a precipitação dos fluxos sutis sobre o Chacra Frontal, fundamental para o equilíbrio energético e harmonia dos pensamentos. O triângulo formado com os polegares e dedos indicadores deverão estar direcionados para este Chacra, a partir do ponto de emissão da  irradiação. Não havendo um ponto específico de ordem litúrgica (Congá, por exemplo), o indivíduo deverá estar de frente para o cardeal leste, sudeste, sul, sudoeste e oeste, recebendo os fluxos de Oxossi, Orixalá, Xangô, Yemanjá e Ogum, respectivamente.
Relativo a ExúGesto para saudação
aos Exus
Relativo a Exú

Com votos de profunda paz nos seus pensamentos, irradiante alegria nos seus sentimentos e harmonia nas suas ações, com prosperidade, força e minha benção.

THASHAMARA
Fonte: http://www.paiantonio.com.br/umbanda_magia_S_gestos_ritualisticos.htm

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Significado do Termo Saravá




Façamos o desdobramento do termo sagrado Saravá, que
proveio do Abanheenga, um estudo arqueométrico
para aí acharmos, na sua original pureza, seu
significado:



SA (15) — significando: FORÇA, SENHOR
RA (20) — significando: REINAR, MOVIMENTO
VA (06) — significando: NATUREZA, ENERGIA




Assim, o termo litúrgico Saravá se pronuncia
segundo a modulação própria de uma das 7 Variantes
da Lei, ou seja, os 7 Mantras Sagrados, os quais
denominam as 7 Potências Originais ou Orishas


Originais, que por sua vez, ao consubstanciarem suas
qualidades e propriedades na Natureza (reino
natural), fizeram-no através das sutis correntes
elétricas ativas e magnéticas passivas, que em síntese
são as Linhas de Força.
Assim, estamos observando que, segundo a
Coroa do Verbo, o vocábulo místico sagrado Saravá
tem como um primeiro significado: força propulsora
da natureza ou atributo externo operante das
Potências Superiores ou Orishas.

Fonte Livro: UMBANDA - A PROTO-SÍNTESE CÓSMICA 
Autor: F. Rivas Neto 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

OS EXUS GUARDIÕES


OS EXUS GUARDIÕES

Das entidades de umbanda Exu é que mais polêmica e discussão geram entre curiosos e até mesmo integrantes dos Cultos de Umbanda.
Para começar diremos que EXU NÃO É:
Uma entidade trevosa que realiza desejos escusos. Exu não tem nada a ver com as imagens comercializadas. Não é vingativo, violento e cruel. Não usa capa vermelha ou preta. Não tem “pé” de bode. Não é todo vermelho. Não tem rabo e nem chifres. Não come galinha ou carnes cruas. Nem bebem até deixar seus “cavalos” sem condições de andar.

Não negamos que existem entidades que se apresentam ou sejam até mais horrendas do que as imagens de mau gosto encontrado nas casas de artigos religioso, mas estas entidades com toda certeza não são Exus.

Exu, na realidade é guardião da Luz para as Sombras, e das Sombras para as Trevas, e é ele que 
COMBATE às entidades que possuem as formas mais horrendas e esquisitas. Estes seres ainda encravados no mal são os chamados KIUMBAS e são violentos, vingativos e cruéis.
Tais criaturas são atraídas de suas covas no SUBMUNDO ASTRAL pelas nossas próprias atitudes e sentimentos inferiores, sendo que os EXUS SÃO COMO GUERREIROS, que impedem o acesso destes seres às zonas mais superiores, e estes Kiumbas, quando podem, mistificam os Exus, ou mesmo Caboclos, Pais-Velhos, e Crianças.
E como reconhecer um Exu de fato e de direito? Simples:
O verdadeiro guardião não deixa seu médium torto, com expressão de ódio no rosto, não fica com os dedos em forma de garras, e não se arrasta no chão. Exu de Umbanda não fala palavrões de deixar cabelo em pé, não é “doidinho” por marafo (pinga) e sangue e não aceita entregas em encruzilhadas de rua ou cemitérios. Quem aceita estas coisas nestes locais, são os já citados Kiumbas, que são os que gostam de galo e galinha pretos na encruza.

Portanto CUIDADO irmão de fé, não ofereça sangue ou animais nas ruas, pois poderá levar estas entidades para suas casas, o que lhe trará os maiores dissabores e problemas.
Os preceitos para Exu são entregues nas encruzilhadas das matas e campina, e sempre com elemento sutis. Exu de Umbanda não pode ser comprado com bagatelas e Exu nenhum de verdade aceita realizar trabalhos para matar ou prejudicar alguém.
Como sabemos Exu é justo, ou seja, está ligado aos conceitos do “Quem deve paga, e quem merece recebe”. Por isso não existe aquela história de fazer amizade com Exu, para conseguir isto ou aquilo. Com isso, não queremos dizer que Exu é uma entidade boazinha, mas pensem um pouco, que lógica tem baixar em um terreiro Caboclo, Pai-Velho, Criança para fazer a caridade, e no mesmo terreiro baixar Exu para praticar o mal.

Exu é de serventia de Caboclo, Pai-Velho e Criança, sim, mas única e exclusivamente para que seja cumprida a JUSTIÇA KÁRMICA, POIS EXU NÃO É BOM NEM MAL, É APENAS JUSTO.

Por isso devemos tomar cuidado com o que pedimos para Exu, pois quem não sabe o que pede, não sabe o que quer, e o que irá receber, e muito menos o que MERECE receber. Exu só trabalha com o consentimento de entidades superiores e única e exclusivamente dá alguma coisa a alguém se o merecimento deste alguém estiver de acordo com a Justiça Kármica.
Exu não costuma ficar “jogando conversa fora”, ele vai direto ao assunto, orientando e conduzindo aquilo que tem que ser feito, pois não é só esta a função de Exu.

EXU É TAMBÉM O AGENTE DA MAGIA, é ele quem executa os processos mais sutis da MAGIA DA UMBANDA. Só por isso já podemos deduzir que, para executar a magia e a justiça kármica, não poderiam ser entidades irresponsáveis e muito menos entidades inferiores.
Exu também não pede que seus médiuns se vistam de “galãs” de ternos, ou de preto e vermelho, e não realiza sessões “fechadas”, onde até o sexo é praticado em nome de Exu, como sabemos que acontece em muitos terreiros ditos de “Umbanda”.
Outra distorção que existe é a respeito do Exu Sra Pomba-Gira. Este é um Exu feminino e muitos a colocam com se fosse prostituta, uma mulher da vida. A Sra. POMBA GIRA É UMA EXU GUARDIÃO DOS MAIS SÉRIOS em de promover a bagunça à orgia, como muitos desejam, ela combate todas as perturbações relacionadas com o lado sexual, combatendo os Magos Negros e seus Kiumbas.
Assim como na Umbanda existem sete Orixás Menores Chefes de legião, na Kimbanda (que muitos confundem com Magia Negra e praticas da Kiumbanda) existem sete Exus Guardiões da Luz para as sombras que são:


Paralela ativa = UMBANDA

Paralela passiva = KIMBANDA
ORIXÁS
EXUS GUARDIÕES
ORIXALÁ
EXU Sr. DAS 7 ENCRUZILHADAS.
OGUM
EXU Sr. TRANCA-RUAS.
OXOSSI
EXU Sr. MARABÔ.
XANGÔ
EXU Sr. GIRA MUNDO.
YORIMÁ
EXU Sr. PINGA-FOGO.
YORI
EXU Sr. TIRIRI.
YEMANJÁ
EXU Sra POMBA-GIRA

Obs. Os irmãos que quiserem se aprofundar no assunto, indicamos o Livro EXU O GRANDE ARCANO   (F.Rivas Neto) editora Ícone.       É muito esclarecedor !

Material retirado do livro: CULTURA UMBANDÍSTICA -  Brasão de Freitas / Roger T. Soares / William C. Oliveira.-Ed. Ícone - 1994.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Umbanda tem Fundamento, Umbanda tem História... É preciso conhecer, é preciso estudar...


Umbanda tem Fundamento, Umbanda tem História...
É preciso conhecer, é preciso estudar...

Todo Cristão conhece a história de Cristo e do Cristianismo, todo Judeu conhece a história de Moisés e do Judaísmo, todo Muçulmano conhece a história de Mohamed (Maomé) e do Islamismo, os três grupos têm em comum o patriarca Abraão também conhecido por todos; todo Budista conhece a história de Sidharta Gautama (Buda) e do Budismo, todo Hare Khrishna conhece a história de Krishna, e nós Umbandistas?

Conforme disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas:

“Umbanda é a manifestação do espírito para caridade”

Muitos de nós entendemos que basta a prática da caridade sem esclarecimento ou informação do que é a Umbanda enquanto religião.
O esclarecimento religioso inclui no mínimo sua liturgia e base histórica. Estas informações são necessárias para dar ao praticante mais tranqüilidade e segurança da religião que assumiu, podendo falar mais sobre ela, desmistificando conceitos e assumindo o Orgulho de ser Umbandista.

A Umbanda não é instituída, possui muitos órgãos representativos incluindo federações e associações, logo não há um histórico oficial e este nosso despretensioso ensaio servirá para esclarecer. Longe de nós a pretensão de oficializar a história da Umbanda, queremos apenas compartilhar algumas informações que consideramos muito importantes ao estudioso de Umbanda, que tem a sede do saber.

História é tudo aquilo que está registrado (escrito, fotografado ou filmado), assim iremos recorrer ao que os primeiros Umbandistas deixaram registrado em publicações, ou seja, os primeiros livros e relatos da Religião de Umbanda. Livros que são parte de sua história onde na maioria das vezes os autores foram umbandistas atuantes.

Zélio de Moraes não escreveu nada sobre si ou sobre a religião que teve seu inicio em 15 de Novembro de 1908.
Em 1904, o livro “As Religiões do Rio”, escrito por João do Rio, apresenta um estudo aprofundado dos cultos no Rio de Janeiro e em momento algum aparece a palavra  Umbanda, o que endossa que nem a religião de Umbanda, nem a palavra, eram presentes no Rio de Janeiro, onde nasceu a Umbanda.
Os primeiros textos sobre a Umbanda aparecem em um livro chamado “No Mundo dos Espíritos”, em 1925, uma coletânea de reportagens feitas pelo Jornalista Leal de Souza para o vespertino da época chamado “A Noite”, onde aparece, entre outras, uma reportagem do Centro Tenda Nossa Senhora da Piedade com o Médium Zélio de Moraes.
Leal de Souza era médium na Tenda Nossa Senhora da Piedade e por orientação de Zélio de Moraes e do Caboclo das Sete Encruzilhadas, se tornaria o dirigente da Tenda Nossa Senhora da Conceição.

Um dos primeiros livros de Umbanda foi publicado em 1933 por Leal de Souza e recebeu o nome de “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda”, neste livro há um capitulo (Cap. 23) intitulado “O Caboclo das Sete Encruzilhadas”, onde o autor que conviveu muitos anos com o fundador da Umbanda fala um pouco sobre a entidade, veja abaixo:

“Se alguma vez tenho estado em contato consciente com algum espírito de luz, esse espírito é, sem duvida, aquele que se apresenta sob o aspecto agreste, e o nome bárbaro de Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Sentindo-o ao nosso lado, pelo bem estar espiritual que nos envolve e sensibiliza, pressentimos a grandeza infinita de Deus, e, guiados pela sua proteção, recebemos e suportamos os sofrimentos com uma serenidade quase ingênua, comparada ao enlevo das crianças, nas estampas sacras, contemplando a beira do abismo, sob as asas de um anjo, as estrelas do Céu.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas pertence à falange de Ogum, e, sob a irradiação da Virgem Maria, desempenha uma missão ordenada por Jesus. O seu ponto emblemático representa uma flecha atravessando um coração, de baixo para cima; -  A flecha significa a direção, o coração é o sentimento e o conjunto – orientação dos sentimentos para o alto, para Deus...

Entre a humildade e a doçura extremas, a sua piedade se derrama sobre quantos o procuram, e não poucas vezes, escorrendo pela face do médium, as suas lágrimas expressam a sua tristeza, diante dessas provas inevitáveis a que as criaturas não podem fugir...

A linguagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas varia, de acordo com a mentalidade de seus auditórios. Ora chã, ora simples, sem um atavio, ora fulgurante nos arrojos da alta eloquência, nunca desce tanto, que se abastarde, nem se eleva demais, que se torne inacessível.”

Em Novembro 1971, por ocasião do 63 aniversário da Tenda Nossa Senhora da Piedade a Senhora Lilia Ribeiro, Diretora do “Boletim Macaia” e da “Tenda de Umbanda Luz, Esperança e Fraternidade” – TULEF – gravou a mensagem abaixo dada de viva voz pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. O texto foi colhido no livro “Umbanda Cristã e Brasileira” de Jota Alves de Oliveira / Ed. Ediouro. A mensagem reflete os conceitos estabelecidos, desde o princípio, 1908, pela Entidade Caboclo das Sete Encruzilhadas e por Zélio de Moraes, veja abaixo

“A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade, e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que vão se vender e que serão, mais tarde expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo”.

O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao Pai de Terreiro, como ao coração do homem que fala à Mãe de Terreiro. É preciso ter muito cuidado e haver moral, para que a Umbanda progrida.
Umbanda é humildade, amor e caridade – essa é a nossa bandeira.
Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Este que vos fala, porém, é da falange de Oxossi, meu Pai, e não veio por acaso; trouxe uma ordem, uma missão.
Meus irmãos: Sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, que as vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda.
Meus irmãos: Este aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda.

A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa.
Tenho uma coisa a vos pedir: Se Jesus veio ao planeta terra na humilde manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a Casa de um portentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser a sua mãe, esse espírito que viria a traçar a humanidade os passos para obter Paz, Saúde e Felicidade.
Que o nascimento de Jesus, a humildade em que ele baixou a Terra, a estrela que iluminou aquele estábulo, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento, por práticas e ações; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a Paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares.
Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a Paz entrará em vosso lar. È dos Evangelhos.
Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste Templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados e a saúde para sempre em vossa matéria.
Com um voto de Paz, Saúde e Felicidade, com Humildade, Amor e Caridade, sou e serei sempre humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas”.

Umbanda têm Fundamento, Umbanda têm História... É preciso conhecer, É preciso estudar... Com estas palavras damos inicio a um estudo que mostrará um pouco da história da Umbanda, daremos continuidade com mais informações sobre o trabalho do saudoso Zélio de Moraes, falaremos sobre a Primeira Federação de Umbanda do Brasil, o Primeiro Congresso de Umbanda do Brasil e também passaremos pelos primeiros autores de Umbanda além de Leal de Souza, como João de Freitas (“Umbanda” – 1938),  Lourenço Braga (“Umbanda e Quimbanda” – 1942, “Trabalhos de Umbanda ou Magia Prática”, “Os Mistérios de Magia”, “Umbanda e Quimbanda vol 2” ), Alfredo de Alcântara (“Umbanda em Julgamento” –– 1949), J. Sobrinho (“Forças Ocultas, Luz e Caridade” –– 1949), Florisbela Maria de Souza (“Umbanda” – 1949), Oliveira Magno (“A Umbanda Esotérica e Iniciática” – 1950, “Práticas de Umbanda”, “Umbanda e Ocultismo”, “Ritual Prático de Umbanda”), Tancredo da Silva Pinto e Byron Torres (“Doutrina e Ritual de Umbanda” – 1951), Aluizio Fontenele 1913 – 1952 (“O Espiritismo no Conceito das Religiões e a Lei de Umbanda”, “A Umbanda através dos século”, “Exu”), Samuel Ponze (“Lições de Umbanda” – 1954), que foram os primeiros autores de Umbanda que sem duvida fazem parte dos primórdios da Umbanda, assim como o registro publicado em livro “Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda”, não podemos deixar de citar o saudoso Benjamim Figueiredo que vindo de uma família Kardecista conheceu a Umbanda na Tenda Nossa Senhora da Piedade e fundou a Tenda Espírita Mirim em 1924, posteriormente criou o Primado de Umbanda que traria também toda uma riqueza doutrinária e de organização dentro da Umbanda. Tudo isso e muito mais faz parte da história da Umbanda, esperamos poder aos poucos passar um pouco do que cada um destes colaboradores da causa e do ideal fizeram pela nossa Umbanda

Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada
Autor: Alexandre Cumino


terça-feira, 7 de junho de 2016

A CONDUTA NOS TEMPLOS UMBANDISTAS


A CONDUTA NOS TEMPLOS UMBANDISTAS


O sucesso dos trabalhos efetuados em uma sessão espiritual depende, em grande parte, da concentração e da postura de médiuns e assistentes presentes.
Os templos umbandistas são locais sagrados, especialmente preparados para atividades espirituais, e que têm sobre seus espaços uma cúpula espiritual responsável pelas diretrizes básicas de amparo, orientação e segurança daqueles que, ou buscam ali a solução ou o abrandamento de seus males, ou dos que emprestam sua estrutura física para servirem de veículos à prática da caridade.
Apesar disto, alguns participantes julgam que, por tratar-se de culto de invocação, não se deve dar a devida atenção e respeito, sendo tais virtudes ausentes nestes indivíduos. Respeito, palavra que muitos bradam quando são contrariados, mas que cai no esquecimento daqueles que muito ofendem.

Temos visto, para nossa tristeza, que alguns dirigentes de terreiros deixam muito a desejar no que se refere ao assunto em pauta. Permitem que pessoas de má índole façam parte de seu quadro mediúnico; permitem aconchegos e conchavos; são muito tolerantes ao permitirem ingressar no salão de trabalhos pessoas com trajes incompatíveis com o que se realiza ou pretenda realizar. Permitem conversas paralelas, algazarras, exibicionismos, bajulações etc., esquecendo-se que tais comportamentos atraem e "alimentam" os kiumbas desqualificados, que, aproveitando-se das vibrações negativas emanadas por estas pessoas, desarmonizam e quebram a esfera fluídica positiva, comprometendo assim os trabalhos assistenciais.
Devemos lembrar que o silêncio e a pureza de pensamentos são essenciais ao exercício da fé.

Temos observado também que alguns assistentes, e mesmo alguns médiuns, dirigirem-se desrespeitosamente aos espíritos trabalhadores. Debocham de suas características e duvidam de sua eficiência. Entretanto, quando passam por uma série de sofrimentos físicos e espirituais, tendo recorrido inclusive a médicos, sem êxito, recorrem àqueles mesmos espíritos que outrora foram alvos de sua indiferença. Restabelecidos, atribuem sua melhora ao acaso.
Que Deus na sua infinita misericórdia abra estes os corações brutos à preciosidade dos trabalhos de Umbanda.
Devem, médiuns e assistentes, observar o silêncio e o pensamento em situações ou coisas que representem fluídos do bem. Este procedimento tem como conseqüência a irmanação energética com os espíritos, decorrendo daí o derramamento sobre o terreiro do elixir etéreo da paz e da fraternidade.
O que se consegue do mundo astral é, antes de tudo, fruto da bondade e do merecimento de cada um.

A conduta reta e positiva deve ser a tônica em uma agremiação umbandista, para que os Guias e Protetores possam instalar no mental e no coração de cada participante sementes de bondade, amor e proteção. A homogeneidade de pensamentos é instrumento de poder do ser humano, rumo a concretização de seus desejos, sendo fundamental que se apresentem límpidos e sinceros em uma Casa de Umbanda.


Fonte: JORNAL UMBANDA HOJE – Edição 03

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Tabela - Orixás e suas correspondências vibratórias



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Tabela - Orixás e suas correspondências vibratórias

Salve Irmãos de Fé!

Esta tabela foi compilada pelo nosso irmão Webson Gomes (baseado nas obras literárias de W W da Matta e Silva) afim de facilitar o estudo sobre os Orixás, suas correlações vibratórias com os signos e demais atributos relacionados a eles.
Desta forma nos facilita por exemplo saber qual banho de erva ou essência tomar de forma correta quando uma das entidades nos pede durante uma consulta.

Ex: Se um Caboclo me diz que sou filho de Ogum (Signo de Aries ou Escorpião), logo seguindo esta tabela consigo entender que o melhor dia para eu me banhar é na terça-feira, que posso utilizar a erva Romã ou essência de Cravo.

Esperamos que estas informações sejam uteis para todos.

Saravá!





Quantos Filhos Sua Casa Tem?






Quantos Filhos Sua Casa Tem?

Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de santo, perguntou:

Quantos filhos sua casa tem?

A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta.

E assim foi no sábado pouco antes de se iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo. Viu que havia mais os menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou pra colocar algum assunto em dia.

Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.

O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns por que queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.

Na segunda feira haveria um momento de estudos no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.

Na quinta-feira haveria um trabalho na linha do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente compareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.

No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu-se o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também começaram a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:

Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?

Contei 43 minha mãe - respondeu.

Não, filhos verdadeiros tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa.

E os outros?

Os outros são como se fossem "sobrinhos" de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a "tia" se não houver nenhum atrapalho ou programa "melhor", e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabar os trabalhos.

O rapaz muito sério perguntou:

E por que a senhora não impõe regras para mudar isto?

Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante a Umbanda respeita o livre-arbítrio de todos os seres...

E nós, somos "filhos" ou "sobrinhos" de Umbanda?

Somos Umbandistas em todos os momentos de nossa vida, ou somos

Umbandistas somente uma vez por semana durante os trabalhos no terreiro.

Autor: Marco Boeing

Fonte: Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR


segunda-feira, 30 de maio de 2016

PRETOS-VELHOS, OS MENSAGEIROS DA ESPERANÇA

PRETOS-VELHOS, OS MENSAGEIROS DA ESPERANÇA


"Lá vem Preto-Velho devagarinho, na Linha de Umbanda mostrando o caminho..."
Com seu andar lento e compassado estes iluminados espíritos chegam aos terreiros de Umbanda trazendo como bagagem o carinho, a meiguice e a força inabalável.
Os Pretos-Velhos e Pretas-Velhas são entidades do Astral Superior que militam na Divina Corrente Espiritual de Umbanda com a missão precípua de humanizar corações pétreos; equilibrar mentes confusas; de fazer brotar na consciência conturbada do ser humano sentimentos de caridade, compaixão, humildade e dignidade.

Pitando seu cachimbo ou cigarro de palha (alguns utilizam o charuto), os queridos Pais e Mães Pretos estão sempre a nos incentivar a prosseguir em nossa jornada terrena. Psicólogos da alma nos auxiliam a suplantar os espinhos amargos e contundentes que se postam em nossos caminhos. Com baforadas, os amigos de Aruanda fazem desagregar de nossos corpos físico e astral cargas fluídicas negativas, larvas parasitárias, harmonizando o corpo e o espírito.
Os espíritos que se apresentam nesta forma fluídico-perispiritual não necessariamente tiveram encarnação como negros ou escravos. Muitos assumem esta vestimenta astral para cumprirem com maior desenvoltura a missão que lhes foi confiada; para resgatarem débitos em relação à raça negra; ou ainda por se sentirem atraídos por esta faixa vibratória de simplicidade e elevação espiritual.

É comum dizerem que os espíritos sob a forma de Pretos-Velhos estão ligados a chamada Linha das Almas. Tal afirmação não é verdadeira, pois que todas as entidades espirituais são, em última análise, almas (Caboclos, Exus, Crianças), não tendo lógica existir tal nome acima citado na Umbanda, nome este, inclusive, ligado à outra Banda.
Asseveram outros que os Pretos e Pretas Velhos pertenceriam a intitulada Linha Africana, o que também não condiz com a realidade, uma vez que espíritos que tiveram encarnação como negros africanos, costumam se manifestar em outras irradiações como Caboclos, Exus etc.
Em realidade os Pretos-Velhos podem estar vinculados a qualquer Linha (Oxossi, Ogum, Oxum, Iemanjá etc), porém costumam atuar com maior intensidade nas Irradiações de Omolu, Xangô e Nanã.

Salve os Pretos e Pretas Velhos, trabalhadores incansáveis da seara de Pai Oxalá.

Saravá os Amigos de Aruanda!!!!!!

Fonte: JORNAL UMBANDA HOJE – Edição 04




terça-feira, 17 de maio de 2016

A importância do estudo na Umbanda.


A importância do estudo na Umbanda.

Por: Etiene Sales , em 26/04/2011

Muitos médiuns Umbandistas não gostam de estudar sobre a Religião de Umbanda, assim como alguns sacerdotes não permitem que seus médiuns estudem e façam perguntas, questionem, evoluam em conhecimento e saber. 
Muitos dizem que a Umbanda é caridade, amor e não é necessário estudo qualquer: "é só deixar o guia vir; é só deixar o Orixá encostar". 
Bem, em toda Religião o estudo é fundamental para a sua compreensão. Não que esteja errado ver o lado da caridade, do amor ou da entrega que realmente são necessários aos médiuns na incorporação, mas a Umbanda é muito mais do que isso. 

O estudo deve ser somado `a dedicação prática da lida no terreiro (a prática da caridade e do amor ao próximo: solidariedade), unindo tudo isso como um conhecimento maior que pode tirar dúvidas, retirar confusões da mente, evitar o animismo, o exibicionismo (de médiuns e/ou de entidades), evita que os consulentes vejam a Umbanda e seus guias como trocadores de favores / presentes, a clonagem arquétipa dos guias (quando médiuns novos acabam, sem querer, copiando o comportamento dos guias do ou dos dirigentes), o comportamento grosseiros de alguns guias e médiuns, a ignorância de alguns médiuns, e evitar que os espertalhões, que querem utilizar a Umbanda como um meio de ganhar dinheiro, o façam usando a ignorância de seus adeptos. 

Podemos dividir o estudo da Umbanda em várias formas de entendimento e orientações: 
* Pela doutrina de cada segmento, cada casa, que deveria ser ministrada aos médiuns e assistidos (qual a doutrina existente na casa, seus ritos, fundamentos, maneira de trabalhar). Normalmente essa doutrina ou essas aulas de doutrina estão a cargo do sacerdote da casa ou alguém designado por ele; 

* A conversa de banquinho com o(a) preto(a)-velho(a) do(a) dirigente ou dos dirigentes da casa (pode ser com outro guia, tudo dependerá da estrutura de comando de cada casa; umas estão sob o comando dos pretos-velhos, outras sob o de Caboclos, Boiadeiros, Baianos etc), onde a parte doutrinária da casa, pelo seu lado espiritual e orientador, deve ser levada aos médiuns; 

* Livros e material didático que sejam feitos pela casa (terreiro) ou utilizado de autores Umbandistas. Onde possam existir mais orientações no nível doutrinário, religioso, comportamental, espiritual, moral e ético relacionados a Umbanda; 

* Outras fontes literárias, até de outras religiões, onde possam conter informações relevantes para os médiuns, no seu entendimento sobre a Religião de Umbanda, ou mesmo, sobre certos conceitos de cunho moral, ético, espiritual, doutrinário etc; 

* Formação de palestras e/ou seminários, onde ao médiuns possam compartilhar da sabedoria e do conhecimento de outras sacerdotes e outras pessoas ligadas `a espiritualidade (dependendo de cada seguimento da Umbanda); 

* Como visitantes a outros terreiros ou recebendo visitantes em seu próprio terreiro, no intuito de se mostrar a diversidade da religião, a troca saudável de culturas dentro da Umbanda, mostrando a diversidade, a riqueza que é a Religião de Umbanda. Ao mesmo tempo, estreitando laços de amizade e de união com outros terreiros e outras formas de se manifestar a Umbanda; 

* Por meio da formação escolar e acadêmica. Seja no estudo regular, ou na Universidade, onde o médium aprende uma profissão, uma especialização, aumenta sua instrução e a sua forma de ver e entender o mundo; 

* Por meio de cursos relativos a Umbanda e a outras religiões, ou facetas da própria Umbanda. Porém, esses cursos devem ser de conhecimento do sacerdote de cada casa, pois existem diversas pessoas que usam do nome da Umbanda para enganar e retirar dinheiro de médiuns que buscam o conhecimento. 

Como podemos ver, não existe somente uma forma, mas existem diversas formas de se obter o conhecimento e o estudo com relação a Religião de Umbanda. 
Devemos sempre lembrar que os Sacerdotes da casa, de cada casa, têm o compromisso, não só em relação a caridade, ao amor, a solidariedade, mas também, do conhecimento, do ensino, da orientação, do conduzir os médiuns, os tirando da ignorância e mostrando que a Religião de Umbanda, mediante o seu seguimento, pode dar muitos ensinamentos. Não só em relação a religião em si, mas para o próprio médium como pessoa, como ser humano. 

O terreiro, a religião, pode se estender para o mundo profano e nele exercer uma atuação divina. Isso pode ser feito sem preconceitos, sem proselitismos, sem perseguições, sem imposições ao outro. Basta que os sacerdotes e os guias que conduzem uma cada de Umbanda, saibam passar os bons ensinamentos a seus médiuns para que eles possam levar para o mundo o que a Umbanda tem de melhor, o que ela tem de contribuição para a melhora do mundo e do próprio ser humano. 

Algumas pessoas, até dentro da Umbanda, acreditam que "o conhecimento é poder" (Francis Bacon). 

Eu acredito que "o conhecimento liberta o homem de sua ignorância, abrindo-lhe a mente para a liberdade das ideias." 

Um abraço, 
Pai Etiene Sales

Fonte: http://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/etiene-sales/